Oi, gente!
A pedido de uma leitora do blog, que deixou um comentário após ler o Compartilhamento Musical 4, resolvi postar mais uma peça para flauta-doce (desta vez, para flauta-doce contralto).
Georg Philipp Telemann foi um compositor muito versátil. Escreveu todo (ou quase todo) tipo de música durante o período Barroco e viveu até o início do Classicismo. Consta no Guinness, o livro dos recordes, que ele foi o compositor mais prolífico (o que produziu mais obras) de todos os tempos. Telemann foi um compositor que certamente não desprezou a flauta-doce em sua obra. Já ouvi quem dissesse que ele foi o compositor que mais escreveu para esse instrumento. Gostaria de confirmar isso, mas será preciso uma pesquisa mais profunda. De qualquer forma, é mais importante mencionar que ele é um compositor respeitadíssimo e digno de destaque como seus contemporâneos Bach e Handel.
Hoje quero compartilhar com vocês uma fantasia, que é um gênero musical bem livre. Isso quer dizer que não tem uma forma musical rigidamente determinada. Para se ter uma idéia, a fantasia tem suas raízes no improviso. Originalmente, Telemann escreveu suas Doze Fantasias (TWV 40:2-13) para flauta transversa, mas era comum no barroco tocar obras para traverso usando flauta-doce, transpondo a música uma terça menor acima. Trocando em miúdos, uma flauta-doce não toca as mesmas notas de uma flauta transversa; há então a necessidade de fazer tal modificação. Você escuta a mesma música, só que em outra tonalidade e com outro instrumento. A Fantasia No. 3 tem basicamente duas partes. A primeira alterna entre ritmos lentos e rápidos (0:00 Largo, 0:30 Vivace, 1:30 Largo, 2:00 Vivace), coisa costumeira nas fantasias compostas durante o Barroco. A segunda é um Allegro (2:47).
Quem nos brinda com sua ilustre presença hoje é Frans Brüggen. Após concluir seus estudos, foi importantíssimo na propagação da flauta-doce, sendo considerado em seu tempo o mais famoso flautista-doce (se é que esse termo existe). Em 1981 fundou a Orquestra do Século XVIII, especialista em repertório dos séculos XVIII e XIX, com instrumentos de época ou cópias modernas de modelos de época. Hoje ele concentra suas atividades como regente.
Já comentei uma vez, no Compartilhamento Musical 5 (suíte para violoncelo solo, de Bach), e volto a comentar aqui. Quando uma peça para instrumento solo é bem escrita, de fato não há necessidade de acompanhamento. Perceba como a música se sustenta em seu contexto próprio e você não sente falta de mais nada. Aproveite!
Abraço,
Renato