Recentemente adquiri um CD de obras de Bach com arranjos para flauta doce, viola da gamba e alaúde. O CD é todo ótimo, mas uma determinada faixa para alaúde solo me elevou sobremaneira. Infelizmente, não consegui o vídeo para postar aqui, mas permaneceu a vontade de compartilhar com vocês esse instrumento de som agradabilíssimo.
Transcrevo abaixo informações do excelente “História da Música Ocidental” (Jean & Brigitte Massin):
“O alaúde, cuja caixa tem a forma de uma pêra cortada ao meio, é dotado de pares de cordas, que podem ser em número de cinco, seis, dez e até quatorze. Foi um dos favoritos entre os instrumentos do Renascimento e do século XVII. Sua influência sobre o desenvolvimento da música mostrou-se considerável (tomada de consciência da harmonia, desenvolvimento do canto solista acompanhado, nascimento da suíte instrumental). (...) No final do século XVII, o alaúde pouco a pouco entrou em declínio, até que foi suplantado pelo cravo no início do século XVIII. A sonoridade do alaúde é doce, cheia, sonhadora. É, por excelência, o instrumento da música intimista.”
Ouviremos Luca Pianca, membro da orquestra barroca ‘Il Giardino Armonico’, executando obras de Robert de Visée (ca. 1655 – 1732/33). Visée trabalhou na corte de Luis XIV (o Rei Sol), na França, mas acredita-se que sua origem seja portuguesa. Compôs música para violão, alaúde e teorbo. Sua tarefa na corte era ensinar música para o rei e para o delfim (herdeiro da casa real francesa), transcrevendo obras de seus colegas. A ‘Abertura para a Gruta de Versalhes’, do compositor Jean-Baptiste Lully, foi transcrita por Visée e abre nosso Compartilhamento de hoje, seguida de dois movimentos de dança: uma Musette e uma Mascarade (baile de máscaras).
Aproveitem a sonoridade do instrumento e as belas imagens do vídeo, que foi filmado realmente em uma gruta! Será que é a tal Gruta de Versalhes? Ih! Deu vontade de ir lá conferir :)
Abraço,
Renato