31/08/2012

Compartilhamento Musical 38 (4 anos!!!)

Philipp Herreweghe

Oi, gente!

Antes que o mês de agosto acabe, gostaria de comemorar com vocês os 4 anos do Compartilhamento Musical! Hoje temos 280 inscritos na lista do Blog, que recebem um lembrete toda vez que posto algo novo. Gostaria muito de poder ser um blogueiro mais freqüente, mas até agora a produção está subordinada a meu tempo livre, que não é muito. Mesmo assim, o trabalho continua sendo feito com a mesma seriedade do início, 1 de agosto de 2008. Espero que tenha sido de valia aos curiosos pela música erudita.

Como tem sido o costume (à exceção do ano passado, que, infelizmente, deixei passar em branco), gosto de postar no aniversário do CM trechos da Paixão Segundo Mateus, de Johann Sebastian Bach, pois foi a obra que deu início aos Compartilhamentos. (Para ler os posts de aniversário escritos até agora, clique em CM 1, CM 15 e CM 26.)

O trecho que escolhi para hoje foi a abertura da “Paixão...”. Nela, percebe-se a imensa carga dramática que Bach delegou à música, que espelha, obviamente, toda a solenidade do sofrimento do Senhor Jesus Cristo, o Salvador, em seus momentos finais do ministério em sua primeira vinda.

Bach usa dois coros e duas orquestras. Perceba a organização deles na sala de concertos da Filarmônica de Köln (que tive o privilégio de visitar em 1998), no vídeo: um coro à esquerda e um à direita, envolvidos em perguntas e respostas (ex.: coro I “Vede!”; coro II “Quem?”; coro I “O noivo!”). Se você tiver um bom equipamento, perceberá isso mais nitidamente a partir de 3:12, bem como em vários outros momentos. Há também um grupo de sopranos entre os dois coros. Elas estão a cargo do ‘cantus firmus’, que costumava ser uma melodia já conhecida, com notas geralmente longas, e que servia de coluna vertebral para o desenvolvimento da polifonia da obra.
No vídeo, pus a tradução do cantus firmus entre colchetes para distingui-lo das demais vozes. (Alternativamente, na execução desta obra, alguns regentes optam por um coral com crianças para fazer a parte do cantus firmus. Fica lindíssimo o contraste entre os adultos dos dois coros e as vozes dos miudinhos!)

Quem conduz a execução hoje é um regente que admiro muito: o belga Philipp Herreweghe. Esse senhor, de nome difícil de pronunciar, iniciou seus estudos em medicina, preparando-se para uma carreira em psiquiatria na Universidade de Gent, ao mesmo tempo em que estudava no Conservatório de Gent. Começou seu trabalho como regente durante esse período, mas em 1970 fundou o Collegium Vocale Gent (o coro do vídeo de hoje) e decidiu deixar a medicina. Tornou-se um regente respeitadíssimo e é considerado um dos grandes especialistas em Bach. É um de meus favoritos, com certeza!




Aproveito a oportunidade de aniversário para compartilhar também o recebimento de minha segunda flauta doce de madeira.

Desta vez, uma contralto feita em Cocobolo, também chamada de Jacarandá do México, modelo Bressan, com o lá afinado em 415Hz, que costuma ser uma afinação apropriada para tocar repertório barroco.
Mais um trabalho excelente do luthier Marcos Ximenes!

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Grande abraço,
Renato