Achilles-Claude Debussy (1862 – 1918)
Oi, gente.
Há vários anos, fui a um recital em um dos Festivais “Eleazar de Carvalho”, aqui em Fortaleza, e o professor de flauta do festival encerrou o concerto com uma peça que me deixou muito impressionado. Lembro-me de que o flautista, sem ser acompanhado por outro instrumento, terminou a peça muito pianissimamente! A acústica do teatro respondeu bem. Quando você pensava que o som ia sumir, ainda estava lá, muito, muito suave! Nunca me esqueci disso!
Apesar de, pessoalmente, ter dificuldade para “degustar” música do século XX, fui tomado pela beleza dessa música. Tratava-se de "Syrinx", do compositor Claude Debussy (1862 – 1918), uma peça para flauta solo, escrita em 1913. Segundo a mitologia grega, Syrinx foi perseguida por Pã após rejeitá-lo. Fugindo, Syrinx pede às ninfas do rio Ladon que mudem sua forma. Ela é, então, transformada em bambu. Quando Pã a alcança, tudo o que acha é bambu e o som que o vento produz ao passar por ele. Pã fica encantado com o som e junta alguns bambus, produzindo um instrumento musical que chama de Syrinx, em honra à ninfa.
Mitologia à parte, que peça linda e misteriosa que hoje nos será apresentada pelo excelente flautista suíço Emmanuel Pahud, que, diga-se de passagem, é o primeiro flautista da Filarmônica de Berlim!
Bom proveito!
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Abraço,
Renato
P.S.: Para os interessados em lingüística, li que a palavra “seringa” veio daí. E tem tudo a ver! Um bambu cortado na transversal nada mais é que uma grande seringa, não é mesmo? :-)