18/10/2008

Compartilhamento Musical 4

Oi, gente!

Este compartilhamento musical é um clamor junto aos "excluídos"! Calma, não estou virando um revolucionário rebelde!

Aos olhos do grande público, a flauta-doce é considerada um instrumento “simples”. Não é de surpreender, pois sempre as vemos nas mãos de crianças. Acho que quase todo mundo já ouviu aqueles “guinchos” horríveis. Geralmente, uma flauta-doce soprano de plástico é o primeiro instrumento musical de muita gente. (Foi o meu.) Por ser popular em iniciação musical e por haver tantos instrumentos de má qualidade (algumas flautas de plástico), muitos pensam ser um instrumento “simples”. Isso é uma pena, pois quem aprendeu a tocar de verdade aprecia sua sonoridade e o desafio que é tocá-la bem.

A flauta-doce evoluiu continuamente durante os séculos desde os tempos medievais até o fim do período barroco (mil setecentos e pouco). Só foi redescoberta há menos de 100 anos. Passou tanto tempo sem atenção porque depois do barroco ela não conseguiu competir com os novos instrumentos da época, com som mais forte, que compunham as orquestras.

O compartilhamento musical desta semana vem desmistificar qualquer estereótipo de “pequenez” que alguém tenha desse instrumento. Flautas-doces têm um som agradável, são instrumentos desafiadores para os músicos sérios, e são muito adequadas para tocar em conjunto. Escolhi o último movimento de um concerto para “flautino”, de Vivaldi. É tocado em uma flauta-doce sopranino, a menor de todas. Ouçam como é bem tocada! [Quem quiser saber mais, depois do link há informações adicionais.]



Abraço,
Renato

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[Informações adicionais.]

1. Há vários tipos de flauta-doce. Dentre as principais, da menor (mais aguda, ou "fina"), para a maior (mais grave, ou "grossa"):

sopranino - usada no vídeo
soprano - tamanho pequeno, muito usada para iniciação musical de crianças
contralto - tamanho médio - É a que eu toco mais na igreja. Era a favorita dos compositores barrocos. Há bem mais repertório para este tipo de flauta-doce do que para os outros.
tenor - um pouco maior.
baixo - enorme, com som grave muito lindo

2. Há flautas-doces de plástico e de madeira. Há boas e ruins. As melhores de plástico têm um som aceitável, como as da série 300 da Yamaha. Tenho uma soprano e uma contralto dentro desta categoria. Há flautas-doces ruins de madeira, que não são melhores que as boas de plástico. Mas as boas de madeira, bem mais caras, são INCOMPARAVELMENTE melhores! (Um sonho de "consumo musical".)

3. Parte dos meus comentários foram pesquisados do site da Antique Sound Workshop (http://www.aswltd.com/), o qual tive a felicidade de encontrar recentemente. O Sr. David Green me ajudou a escolher uns livros de método de flauta-doce, que encomendei para aperfeiçoar a técnica e também para dar aula na igreja. Ele é professor há mais de 40 anos e tem muita informação interessantíssima lá.

Um comentário:

Mis. Eliane Vieira disse...

Amigo, que legal o blog do Compartilhamento Musical! Fico muito feliz por essa sua iniciativa tão pedagógica. Já fiz a minha primeira visitinha por aqui. E olha o que eu vim ver primeiro?!!! Não podia ser outro instrumento!
Só fiquei um pouquinho triste porque só tinha um compartilhamento de flauta-doce.
Então, fica aqui o meu pedido para vc postar mais compartilhamentos com flautas-doce. Que tal colocar agora com os outros tipos (soprano, contralto, tenor e baixo)?
Vou ficar aguardando.
Até a próxima!
Eliane