Oi, gente!
Hoje gostaria de compartilhar o Concerto para clarineta, em Lá Maior, K 622, de Wolfgang Amadeus Mozart.
Na época de Mozart, a clarineta ainda era novidade. Uma vez li que, a partir de 1780, era o instrumento favorito de Mozart, embora não ponha minha mão no fogo quanto à credibilidade desta afirmação. Mesmo assim, é difícil negar que Mozart tinha certa fascinação pelo instrumento. Em correspondência com seu pai, Leopold, Mozart escreveu “...se ao menos tivéssemos clarinetas! O senhor não imagina que grande efeito tem uma sinfonia com flautas, oboés e clarinetas!” Além disso, Wolfgang se tornou amigo íntimo de Anton Stadler, clarinetista austríaco para quem Mozart escreveu o concerto, em 1791. A estréia ocorreu em outubro, dois meses antes da morte de Mozart. Trata-se de sua última obra instrumental.
O vídeo que compartilho hoje é o terceiro movimento do concerto. O solista é o sueco Martin Fröst, novidade para mim e agradável surpresa. Interpretação excelente!
Dedico este CM a Karine e Rafael, clarinetistas na VI Semana de Música Sacra no Seminário Batista do Cariri.
Grande abraço,
Renato
P.S.: Em breve: inauguração do Blog dos Compartilhamentos Musicais!
23/07/2009
15/07/2009
Compartilhamento Musical 13
Oi, gente!
Abram alas! Beethoven adentra os Compartilhamentos Musicais!
Uma das grandes contribuições de Ludwig van Beethoven para a música foram suas 32 sonatas para piano. São obras tão importantes do repertório pianístico, que Hans von Bülow, famoso regente alemão do século XIX, sugeriu que O Cravo Bem Temperado, de Johann Sebastian Bach, era o “Antigo Testamento” da música para teclado e as 32 sonatas para piano, de Beethoven, eram o “Novo Testamento”. Exageros à parte, não tem como não se apaixonar por essas obras!
A que compartilho hoje é a popular “Sonata ao Luar” ou, oficialmente, Sonata Opus 14, em dó sustenido menor, “Quasi una fantasia”. Sinto trazer a notícia, mas o título “ao luar” não foi dado por Beethoven. Um tal de Ludwig Rellstab, poeta e crítico musical, inventou de dizer, em 1832 (anos após a composição da sonata, em 1801), que o primeiro movimento da sonata parecia com o luar banhando as margens do Lago Lucerna. Outros relacionam este primeiro movimento ao sentimento de Beethoven quando da morte prematura de certo amigo, o que é uma idéia provavelmente mais próxima da verdade, pois há anotações musicais de Beethoven para a sonata que fazem referência ao trecho da morte do Comendador, em Don Giovanni. Quem conhece esta parte da ópera de Mozart, vai perceber muita semelhança entre a sonata e a ópera, inclusive na tonalidade. E como não mencionar que Beethoven dedicou a sonata para a Condessa Giulietta Guicciardi, por quem se apaixonou após dar algumas lições de piano, pedindo-a em casamento! Seus pais negaram o pedido e Giulietta casou-se com outro, o que decepcionou Ludwig profundamente.
Quem interpreta a sonata no vídeo abaixo é o grande Wilhelm Kempff (1895-1991), alemão respeitadíssimo por suas interpretações de Beethoven. Ele gravou as 32 sonatas de Beethoven quase três vezes na íntegra! A primeira, quase completa, entre 1926 e 1945; a segunda, considerada sua melhor gravação da integral das sonatas, entre 1951 e 1956; a terceira, em estéreo, entre 1964 e 1965. Na ocasião da comemoração de 100 anos Kempff, consegui obter o segundo dos “sets” acima!
Além de ser a estréia de Beethoven no CM, também é a primeira vez que compartilho uma obra na íntegra, ou seja, apresento todos os movimentos. Aproveitem!
I – Adagio sostenuto: Beethoven escreveu indicações técnicas para que este movimento fosse tocado do modo mais suave possível. Durante boa parte dele, a mão esquerda toca um baixo em oitavas, enquanto a mão direita toca um acompanhamento em quiálteras (três notas para um tempo) e a melodia. Não recordo quem mencionou que tocar este movimento ao piano era de responsabilidade equivalente à de um ator interpretar o solilóquio “Ser ou não ser...”, do Hamlet de Shakespeare, no palco.
II – Allegretto: Trata-se de um minueto e um trio, formas antigas de danças. Liszt descreveu este movimento como “uma flor entre dois abismos”. E você, o que “vê” aqui?
III – Presto Agitato: É o mais “pesado” e dramático dos três movimentos. Kempff não gostava de tocar rápido demais só por tocar rápido demais. Ele preferia extrair o lirismo da música. Já vi outras interpretações mais “furiosas” deste Presto Agitato, mas Kempff, com sua moderação, consegue extrair da música uma dose certa dessa tempestade de emoções.
Grande abraço,
Renato
Abram alas! Beethoven adentra os Compartilhamentos Musicais!
Uma das grandes contribuições de Ludwig van Beethoven para a música foram suas 32 sonatas para piano. São obras tão importantes do repertório pianístico, que Hans von Bülow, famoso regente alemão do século XIX, sugeriu que O Cravo Bem Temperado, de Johann Sebastian Bach, era o “Antigo Testamento” da música para teclado e as 32 sonatas para piano, de Beethoven, eram o “Novo Testamento”. Exageros à parte, não tem como não se apaixonar por essas obras!
A que compartilho hoje é a popular “Sonata ao Luar” ou, oficialmente, Sonata Opus 14, em dó sustenido menor, “Quasi una fantasia”. Sinto trazer a notícia, mas o título “ao luar” não foi dado por Beethoven. Um tal de Ludwig Rellstab, poeta e crítico musical, inventou de dizer, em 1832 (anos após a composição da sonata, em 1801), que o primeiro movimento da sonata parecia com o luar banhando as margens do Lago Lucerna. Outros relacionam este primeiro movimento ao sentimento de Beethoven quando da morte prematura de certo amigo, o que é uma idéia provavelmente mais próxima da verdade, pois há anotações musicais de Beethoven para a sonata que fazem referência ao trecho da morte do Comendador, em Don Giovanni. Quem conhece esta parte da ópera de Mozart, vai perceber muita semelhança entre a sonata e a ópera, inclusive na tonalidade. E como não mencionar que Beethoven dedicou a sonata para a Condessa Giulietta Guicciardi, por quem se apaixonou após dar algumas lições de piano, pedindo-a em casamento! Seus pais negaram o pedido e Giulietta casou-se com outro, o que decepcionou Ludwig profundamente.
Quem interpreta a sonata no vídeo abaixo é o grande Wilhelm Kempff (1895-1991), alemão respeitadíssimo por suas interpretações de Beethoven. Ele gravou as 32 sonatas de Beethoven quase três vezes na íntegra! A primeira, quase completa, entre 1926 e 1945; a segunda, considerada sua melhor gravação da integral das sonatas, entre 1951 e 1956; a terceira, em estéreo, entre 1964 e 1965. Na ocasião da comemoração de 100 anos Kempff, consegui obter o segundo dos “sets” acima!
Além de ser a estréia de Beethoven no CM, também é a primeira vez que compartilho uma obra na íntegra, ou seja, apresento todos os movimentos. Aproveitem!
I – Adagio sostenuto: Beethoven escreveu indicações técnicas para que este movimento fosse tocado do modo mais suave possível. Durante boa parte dele, a mão esquerda toca um baixo em oitavas, enquanto a mão direita toca um acompanhamento em quiálteras (três notas para um tempo) e a melodia. Não recordo quem mencionou que tocar este movimento ao piano era de responsabilidade equivalente à de um ator interpretar o solilóquio “Ser ou não ser...”, do Hamlet de Shakespeare, no palco.
II – Allegretto: Trata-se de um minueto e um trio, formas antigas de danças. Liszt descreveu este movimento como “uma flor entre dois abismos”. E você, o que “vê” aqui?
III – Presto Agitato: É o mais “pesado” e dramático dos três movimentos. Kempff não gostava de tocar rápido demais só por tocar rápido demais. Ele preferia extrair o lirismo da música. Já vi outras interpretações mais “furiosas” deste Presto Agitato, mas Kempff, com sua moderação, consegue extrair da música uma dose certa dessa tempestade de emoções.
Grande abraço,
Renato
Marcadores:
Beethoven (Ludwig van),
piano,
sonata para piano,
Wilhelm Kempff
09/07/2009
Compartilhamento Musical 12
Oi, gente!
Estou "inspiradíssimo"! Acabei de participar da VI Semana de Música Sacra no Seminário Batista do Cariri e preparamos a Cantata "A Felicidade do Perdão", com música composta / arranjada pelo Pr. Carlos Renato de Lima Brito. É muito bom participar de um evento assim, sobretudo porque nos leva a oferecer boa música como louvor a Deus.
Ainda contagiado por esse evento, resolvi postar hoje o último movimento da Sinfonia No. 5, Op. 107, de Felix Mendelssohn Bartholdy. A Sinfonia 'Reforma' foi composta em 1832 para a comemoração dos 300 anos da Confissão de Augsburgo, documento que foi essencial na Reforma Protestante.
No quarto movimento, que apresentamos aqui, Mendelssohn baseia-se no hino composto por Lutero, 'Ein' feste Burg ist unser Gott', conhecido em português como 'Castelo Forte é Nosso Deus'. No decorrer da música, há também material do primeiro movimento da sinfonia. Meldelssohn termina a peça com uma vigorosa versão deste belo coral luterano. Esplêndido!
A interpretação é da Orquestra de Câmara [!] da Rádio Holandesa, com Ton Koopman regendo. Em outra oportunidade, falo mais sobre o próprio Mendelssohn, figura importantíssima para a história da música. Após minha assinatura, abaixo, copio a letra da versão em português do hino 'Castelo Forte'.
* Obs.: O som deste vídeo está um pouco baixo. Aumente o volume um pouco mais que o habitual.
Grande abraço.
Renato
------------------------------
Estou "inspiradíssimo"! Acabei de participar da VI Semana de Música Sacra no Seminário Batista do Cariri e preparamos a Cantata "A Felicidade do Perdão", com música composta / arranjada pelo Pr. Carlos Renato de Lima Brito. É muito bom participar de um evento assim, sobretudo porque nos leva a oferecer boa música como louvor a Deus.
Ainda contagiado por esse evento, resolvi postar hoje o último movimento da Sinfonia No. 5, Op. 107, de Felix Mendelssohn Bartholdy. A Sinfonia 'Reforma' foi composta em 1832 para a comemoração dos 300 anos da Confissão de Augsburgo, documento que foi essencial na Reforma Protestante.
No quarto movimento, que apresentamos aqui, Mendelssohn baseia-se no hino composto por Lutero, 'Ein' feste Burg ist unser Gott', conhecido em português como 'Castelo Forte é Nosso Deus'. No decorrer da música, há também material do primeiro movimento da sinfonia. Meldelssohn termina a peça com uma vigorosa versão deste belo coral luterano. Esplêndido!
A interpretação é da Orquestra de Câmara [!] da Rádio Holandesa, com Ton Koopman regendo. Em outra oportunidade, falo mais sobre o próprio Mendelssohn, figura importantíssima para a história da música. Após minha assinatura, abaixo, copio a letra da versão em português do hino 'Castelo Forte'.
* Obs.: O som deste vídeo está um pouco baixo. Aumente o volume um pouco mais que o habitual.
Grande abraço.
Renato
------------------------------
Castelo forte é nosso Deus.
Espada e bom escudo,
Com seu poder defende os seus
Em todo transe agudo.
Com fúria pertinaz
Persegue Satanás,
Com artimanhas tais
E astúcias tão cruéis,
Que iguais não há na terra.
A nossa força nada faz,
Estamos, sim, perdidos;
Mas nosso Deus socorro traz
E somos protegidos.
Defende-nos Jesus,
O que venceu na cruz,
Senhor dos altos céus;
E, sendo o próprio Deus,
Triunfa na battalha.
Se nos quisessem devorar
Demônios não contados,
Não nos podiam assustar,
Nem somos derrotados.
O grande acusador
Dos servos do Senhor
Já condenado está;
Vencido cairá
Por uma só palavra.
Sim, que a palavra ficará,
Sabemos com certeza,
E nada nos assustará
Com Cristo por defesa.
Se temos de perder
Os filhos, bens, mulher,
Embora a vida vá,
Por nós Jesus está,
E dar-nos-á seu reino.
Assinar:
Postagens (Atom)