18/05/2013

Compartilhamento Musical 43

Oi, gente.

Hoje quero compartilhar uma faixa de um DVD que adquiri já faz um bom tempo. Traz a Akademie für Alte Musik Berlin (ou ‘Academia de Música Antiga de Berlin’), que é uma orquestra que toca com instrumentos ou cópias de época. Eles são excelentes! Aquele som “barrocão” cheio e gostoso de ouvir! Cordas feitas de tripas de animais, sabia?

O DVD de onde tirei essa faixa apresenta os motetos de Bach, que são obras vocais sacras, que não compartilharei hoje embora pretenda no futuro. Entre um moteto e outro, no DVD, a orquestra apresenta uma peça instrumental retirada de cantatas de Bach. Esta, por exemplo, é a que abre a Cantata BWV 35.

Bach costumava “reaproveitar” material previamente composto. No caso de hoje, este ‘Concerto’ (ou ‘Sinfonia’) é o mesmo material do conhecido concerto para cravo e orquestra BWV 1052, que, por sua vez, é uma reconstrução do que pode ter sido originalmente um concerto para violino ou oboé.

Nesta versão, o solo fica por conta do organista. Perceba que ele toca um órgão de pequeno porte. Mesmo assim, o som da obra enche toda essa igreja em Berlim, onde o vídeo foi gravado. A música é muito empolgante! Eu gosto particularmente do trecho que se inicia em 6:00 e parece nos levar a regiões ainda não exploradas pela música até aquele momento. Uma viagem! E depois, a volta ao tema, em 6:45. Gosto muito dessa orquestra e recomendo suas gravações, especialmente a dos Concertos de Brandemburgo, também de Bach. O regente hoje é Hans-Christoph Rademann.

Bom proveito!



 

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Abraço,
Renato

3 comentários:

Unknown disse...

Rapaz, pra ser uma obra barroca em tom menor, nada mau! (rsrs) Bem, brincadeira à parte, gostei bastante. É uma música imponente. Interessante que em alguns momentos ela lembra trechos dos Concertos de Brandembrugo (especialmnte o 5, um dos meus 2 favoritos!). Em outros, a clássica (não no sentido técnico!) Tocata e Fuga em Dm.[devo admitir que não são os trechos com os quais vibro mais...] A propósito, também me chamou a atenção o trecho que voce mencionou (6:00). Até me lembrou música nordestina (do Brasil, não da Alemanha)! Enfim: muito obrigado por ter postado - para mim foi um dos seus melhores Compartilhamentos Musicais!

Renato Brito disse...

É maravilhoso como Bach, nesta peça, faz um intenso contraste, apresentado um tema marcante em uníssono, depois faz variações desafiadoras no seu desenvolvimento.

Karine disse...

Querido Renato, aqui estou. Descobri que tinha uma conta nesse google ( desde 2009 ) e nunca havia usado.
Mas, vamos ao que interessa, essa primorosa abertura.
O primeiro detalhe é o fato desse pequeno orgão fazer as vezes de solista e de baixo contínuo. Bach, talvez por ser um grande organista, acentuou a presença desse instrumento dentro da orquestra, não perpetuando, como os demais compositores barrocos , a sua função de acompanhamento.
O segundo com certeza é o reaproveitamento de materiais - temas - nas obras de Bach. Ele copiava a si mesmo, ou se auto plagiava , como alguns compositores contemporâneos fazem ao compor determinadas trilhas de cinema. Bach reorquestrava, mudava letras, brincava como os temas de formas diferentes - quase como num serialismo. Um de seus filhos registrou em uma carta a sua supresa ao testemunhar a capacidade do pai em reiventar suas próprias composições.
E nisso está a sua engenhosidade: em surpreender o ouvido, conduzindo um tema familiar por novos caminhos.